China também passa a ser um concorrente adicional inflacionador de preços para o mercado brasileiro após abrir seu mercado para a importação de milho – principal grão usado na alimentação de aves e suínos. Com uma importação prevista em 23 milhões de toneladas este ano, queda de 22% ante o ano passado segundo número do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o país deve se manter como maior importador mundial do grão pelo segundo ano consecutivo.
Os produtores de carne brasileiros já levantaram a bandeira amarela com o risco da escalada de preços.
Ter no Brasil um fornecedor potencial é um motivo de atenção para os produtores de proteína animal brasileiros, é improvável que o país asiático inicie as compras de milho brasileiro este ano. Porém, as movimentações do governo brasileiro para viabilizar os embarques do grão da safra 2021/2022 tendem a dar impulso aos preços no mercado interno em meio a um cenário de tensões não só na Ucrânia, mas também na própria China, que, desde a semana passada tem realizado exercícios militares sobre Taiwan. Caso o conflito de Taiwan desencadear uma nova guerra entre EUA e China, a China não vai comprar grão dos EUA e vai direcionar sua demanada diretamente para o Brasil.

JR Mazzon