Pedro Dejneka lembra que ainda é preciso consolidar a safra norte-americana para os operadores buscarem novos níveis de preço
A queda dos contratos de soja na Bolsa de Chicago (EUA), nesta quinta-feira (18/5) foi forte, mas ainda não é o momento do mercado “derreter” e buscar níveis de preços mais baixos que os atuais. Avaliação é do diretor da MD Commodities, Pedro Dejneka. “Temos que formar a safra dos Estados Unidos antes do mercado se sentir confortável, derretendo rumo aos US$ 9 (dólares por bushel) ou abaixo dos US$ 9”, opina o consultor, que trabalha nos Estados Unidos.
No ajuste desta quinta-feira (18/5), o contrato de soja com entrega para julho de 2017 – o mais negociado – encerrou cotado a US$ 9,44 por bushel, uma redução de US$ 0,31. O vencimento de agosto de 2017 perdeu US$ 0,28 e encerrou a sessão a US$ 9,46. O segundo contrato de maior liquidez na Bolsa de Chicago foi o de novembro de 2017, que terminou o dia a US$ 9,44 (-US$ 0,27).
Dejneka destaca que, mesmo depois dessa queda, as cotações internacionais da soja ainda se mantiveram nos patamares negociados pelo menos desde março, entre US$ 9,30 e US$ 9,80 por bushel. “Não tinha motivo fundamental para a soja continuar subindo. Tivemos um motivo para cair na quinta-feira e caiu.”
O principal motivo, diz ele, foi a forte valorização do dólar em relação ao real, causada pelo noticiário em torno da delação dos executivos da JBS que atinge figuras políticas importantes do país, entre elas, o presidente Michel Temer. Indicadores internos e externos mostraram uma forte perda de valor da divisa brasileira em relação à norte americana ao longo do dia.
No Brasil, nem mesmo a atuação do Banco Central no mercado cambial – com leilões de contratos de swap – impediu a alta de mais de 8% no dólar. A moeda dos Estados Unidos passou do patamar de R$ 3,13 para R$ 3,38, em meio a uma aversão ao risco que levou a Bolsa de São Paulo a interromper o pregão no mercado acionário depois de registrar uma queda superior a 10%.
A valorização do dólar eleva a competitividade da soja brasileira no mercado global, direcionando as atenções para o produto nacional e estimulando as vendas. Segundo Pedro Dejneka, vendedores aproveitaram o momento, elevando a comercialização no mercado físico, o que contribuiu com a correção para baixo dos preços nos contratos futuros internacionais.
“Muitos produtores estavam segurando e aguardando um momento mais propício. O real perdendo valor em relação ao dólar trouxe esse incentivo e o movimento de venda física no Brasil foi enorme. Isso trouxe um vendedor natural para o mercado”, explica o diretor da MD Commodities.
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